1IMG_4048

Path taken

Filho de raizeiro e curandeira nordestinos, Jorge têm a mata como refugio desde pequeno onde aprendeu apreciar o silêncio e mergulhar com a alma em todo pequeno ecossistema. Também conhecido como Forager por suas habilidades de explorar e coletar a natureza selvagem, herdou da família o amor e o cuidado pela terra e aprendeu desde cedo a viver em comunhão com a floresta. Seu espírito observador e sua curiosidade o levaram a estudar e pesquisar, de forma autodidata, sobre a biodiversidade na Mata Atlântica, principalmente, plantas e cogumelos com potencial gastronômico e medicinal.

De vida autônoma há mais de 15 anos, é consultor ambiental, gastronômico, farmacêutico e cosmetólogo. Envolvido com pesquisadores como Nelson Menolli Jr. e Mariana Drewinski, ONGs e projetos ambientas, estrutura inventários florestais e florísticos mapeando a biodiversidade local, projeta e implementa sistemas agroflorestais com objetivo de enriquecer o solo e valorizar a relação homem-natureza. Dedica-se também à propagação de ingredientes brasileiros e ao resgate cultural gastronômico, construindo a sua história ao lado de Chefs como Ana Bueno, Bel Coelho, Henrique Gilberto e Léo Botto.

Fez intercâmbio na Inglaterra, na empresa Forager Ltd., especializada em coleta e comercialização de plantas selvagens e já palestrou em eventos como FRU.TO, Viva a Mata da Fundação Mata Atlântica e Sessão C5 do Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo ao lado de grandes referências como o pesquisador e especialista em fungos, Marcelo Sulzbacher, da pesquisadora Mariana Capelari e do chef Alex Atala, onde explanou sobre a biodiversidade alimentícia da Mata Atlântica e seu potencial gastronômico.

Como polinizador destes conhecimentos, ministra oficinas, cursos e vivências sobre educação ambiental, cogumelos, plantas alimentícias não convencionais (PANCs) e sistemas agroflorestais para adultos e crianças além de promover expedições individuais e em grupos pela Mata Atlântica.

Being in nature

A minha vida inteira foi acordar e, pela luz do dia, entender o que deveria fazer: se faz sol, vou capinar; se chove, vou limpar o bananal; se estou sem coragem, vou andar na mata e observar pássaros. Acho que esse é o projeto de minha vida, é quando meu coração fica mais feliz, quando posso tomar a decisão orgânica para meu dia…

I'm Jorge Alves da Silva Ferreira, son of northeasterners.

Meu pai, José Ferreira, e minha mãe, Carmelita, são nascidos e criados em Pernambuco, filhos de agricultores, e há 30 anos migraram para o Rio de Janeiro, Cabo Frio, onde eu nasci.

Depois de uma tentativa de retorno para o nordeste, decidiram voltar para o RJ, só que dessa vez para Paraty… Lugar que meu pai já conhecia, pois ia para passear e era apaixonado por lá.

Nessa volta, minha família se instalou no Sítio São José, propriedade que meu pai comprou pois sempre teve o sonho de criar os filhos dentro desse universo da produção de alimentos. Eu tinha 5 anos de idade e meus dois irmãos eram mais novos.

Nossa casa ficava a quase 3 km de distância da parte urbana e era preciso andar numa trilha dentro da Mata Atlântica. Por estar distante, não fui à escola, sendo alfabetizado pela minha mãe. Acompanhava meu pai no dia a dia das suas atividades, plantando banana, inhame, milho, e acompanhei todo o processo da agricultura de base familiar.

Fui criado comendo tapioca, biju, farinha… Tudo produzido ali mesmo e por nós. 

It was after a financial crisis, mainly related to the difficulty of selling products, that my father had contact with a different type of agriculture, agroforestry. We went from producing focused on commerce to choosing what and how to cultivate, in a more harmonious way with the forest and with greater self-sufficiency. 

From Jorge Ferreira to Jorge Forager

It was at this time that my gaze at nature sharpened even more and I created a new relationship with my surroundings. I started looking for species in the forest that were interesting for our food and without knowing I was entering the universe of experience, to collect in nature. I learned in practice about wild and medicinal plants – in fact, food and medicine are often the same thing. As I was already interested in botany (at that time I didn't even know it was called that!), I dedicated myself to studying all the plants I could and specialized in it.

The combination of an agroforestry system, collecting food in the forest and the medicinal use of plants was consolidating in me a vision of the world. I perceived the human being as an integral part of nature and felt the need to create another relationship with our surroundings, with more connection, respect and synergy. I saw that we can be and benefit from the forest in a sustainable way. 

Whatever biome I'm in, I look around and see so many possibilities in biodiversity. I see food, I see healing, I see flavors, I see pigments, I see odors... And that's what we know only a small part of all the potential that there is in the forest! All this fascinates and motivates me a lot. 

I always seek to be present in every moment, bringing attention, intention and intensity to my actions. Experience and share flavors, aromas, sensations and knowledge. In this passionate universe, I found myself and I found, not just a profession, but a way of living life.

Scroll to Top